Publicação de artigo – Segregação espacial como produto histórico: o caso de Joinville e Araquari (SC)

08/12/2025 12:03

SEGREGAÇÃO ESPACIAL COMO PRODUTO HISTÓRICO: O CASO DE JOINVILLE E ARAQUARI (SC)

Autores: German Gregório Monterrosa Ayala Filho e Márcio Rogério Silveira

Resumo: A segregação espacial reflete desigualdades de acesso à habitação, ao consumo e ao transporte urbano, acumuladas historicamente. Nos municípios de Joinville e Araquari, em Santa Catarina, essa segregação se manifesta de forma persistente. O estudo investiga a origem desse processo entre as duas cidades, analisando fatores como rendimentos familiares, infraestrutura habitacional, comercial, de educação, saúde e transporte urbano. A pesquisa utiliza um estudo de caso qualitativo e busca conectar diferentes aspectos sociais e econômicos para compreender a segregação. Conclui-se que o processo de segregação espacial entre Joinville e Araquari começou na década de 1940 e foi se consolidando até 2020. Historicamente, as camadas de alta renda residem nas áreas centrais de Joinville, enquanto as populações de baixa renda se concentram em Araquari e arredores, perpetuando as disparidades espaciais entre esses municípios.

Publicado na Revista da ANPEGE, v. 21, n. 45, p. revista Ciência Geográfica da AGB Seção Local Bauru: Ciência Geográfica, Bauru, v. 29, n. 2, p. 838-866, jan./dez. 2025.

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Pesquisador do LabCit participa de matéria sobre mobilidade urbana e ciclovias em São Luís (MA)

10/11/2025 13:10

A nova pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE revelou uma grave deficiência na infraestrutura cicloviária do Maranhão, acentuando a insegurança viária enfrentada pelos ciclistas. O estudo demonstra que apenas 10 municípios do estado possuem ciclovias e somente três contam com bicicletários públicos. Este cenário de escassez é reforçado por relatos de quem depende da bicicleta em São Luís, onde o trânsito é classificado como "muito violento", expondo os usuários a riscos e confirmando que a dependência da bicicleta como meio de locomoção é dificultada pela carência de políticas públicas eficazes em todo o estado.

Na capital maranhense, a situação é particularmente crítica. Apesar de possuir algumas ciclovias e ciclofaixas, a cidade não conta com um Plano Diretor Cicloviário, um documento essencial para planejar a expansão organizada da malha. O geógrafo Juan Siqueira, um dos especialistas consultados no vídeo, destacou que a ausência deste plano tem impactos diretos e profundos sobre a mobilidade urbana, comprometendo a integração modal e a equidade no acesso ao espaço urbano, além de revelar a fragilidade institucional da política cicloviária de São Luís. Juan pontuou que a infraestrutura cicloviária existente é escassa e desconexa, pois os trechos implantados não formam uma rede contínua e, em muitos casos, terminam abruptamente em vias de alto fluxo de veículos sem sinalização adequada. Essa fragmentação espacial gera insegurança viária, inviabilizando deslocamentos interbairros e restringindo o uso da bicicleta a percursos muito curtos. A conclusão geral dos especialistas é que a mobilidade urbana só será completa e equitativa com investimentos urgentes em infraestrutura adequada para os ciclistas.

Para além dos números: interpretando os dados do Censo Demográfico de 2022 sobre mobilidade urbana em Manaus

10/11/2025 09:00

Por Cristiano da Silva Paiva
Doutorando em Geografia, UFSC

A mobilidade urbana em Manaus, conforme os dados do IBGE de 2022, revela padrões complexos de desigualdade e segregação no acesso ao transporte público. A pesquisa do IBGE aponta para uma clara divisão racial nos modos de transporte utilizados, o que reflete a exclusão socioeconômica de grupos específicos. Por exemplo, enquanto 41,3% da população branca utiliza automóveis, apenas 32% dependem de ônibus, destacando o maior acesso da população branca ao transporte individual. Em contraste, 42,4% dos negros e 42,5% dos pardos dependem do transporte coletivo, com uma menor porcentagem utilizando automóveis (22,5% e 25,4%, respectivamente).
A comparação entre os dados do PlanMob 2015 e da pesquisa do IBGE 2022 revela transformações significativas no padrão de mobilidade urbana em Manaus. Em 2015, a distribuição modal apresentava uma configuração mais equilibrada entre as três principais categorias: transporte coletivo (39,5%), modos motorizados individuais (30,5%) e modos não motorizados (30%). Esta divisão praticamente equitativa entre individuais motorizados e não motorizados indicava uma cidade com expressiva participação de deslocamentos ativos.

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O que apontam os dados do Censo Demográfico de 2022 sobre a mobilidade urbana e regional no estado de Santa Catarina?

29/10/2025 22:00

Por João Henrique Zoehler Lemos
Doutorando em Geografia, UFSC
Bolsista do UNIEDU/FUMDES

O IBGE divulgou, recentemente, mais um resultado preliminar do Censo Demográfico 2022, dessa vez sobre os “Deslocamentos para trabalho e para estudo”. É uma radiografia da mobilidade urbana e regional a nível nacional. Iniciativa de grande valia para nós, estudiosos da circulação, transportes e logística em contextos tão diversos como os que temos no território brasileiro. O levantamento traz recortes importantes, como a divisão modal – algo inédito, pela primeira vez no Censo –, o tradicional tempo de deslocamento, o local de exercício do trabalho, entre outros [1]. Diante desses dados, estas breves notas terão como recorte territorial para análise o estado de Santa Catarina.

Um dado chama a atenção de antemão: no estado catarinense, o império do automóvel é gritante e atinge a maior proporção do país, com pouco mais de 47% de participação na matriz modal dos deslocamentos entre casa e trabalho em geral – considerando-se o mesmo município, outro município e outro país como local de trabalho (figura 1).

Figura 1 – Santa Catarina: matriz modal do meio de transporte utilizado, em % (2022)

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2022 (IBGE, 2025a).

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Publicação de trabalho sobre o Porto Seco de Cascavel (PR) e suas dinâmicas territoriais

10/10/2025 10:00

Publicação do trabalho intitulado "O Porto Seco de Cascavel como centro aduaneiro: concessão, logística e circulação de mercadorias" escrito por Nelson Fernandes Felipe Junior (UNILA), Eidy Edwin Arndt Semoto (UNILA) e Ronald dos Santos Pereira (UNILA).

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar o Porto Seco de Cascavel e, em especial, as atividades aduaneiras, a concessão, a logística e a circulação de mercadorias. Os portos secos são pontos nodais no território que exercem diversas funções, como o transbordo, o armazenamento e a movimentação de cargas, a realização de processos aduaneiros e tributários, entre outros. Os portos secos são importantes para a integração regional e o comércio, com apoio da infraestrutura, da logística, das normas e da tributação. São utilizados como meio de descentralização das atividades dos portos, dos aeroportos e das áreas de fronteira, antecipando os processos burocráticos, alfandegários e de despacho. São distribuídos de forma estratégica no território nacional e têm como objetivo favorecer os fluxos de mercadorias e o controle aduaneiro no território. Os portos secos são constituídos de um terminal alfandegado que segue uma legislação específica para sua criação e operação. O Porto Seco de Cascavel favorece o transporte de produtos agrícolas (sobretudo soja e milho) do oeste do Paraná e contribui com as exportações e importações do Brasil, do Paraguai e da Argentina.

Confira o novo número – v. 6, n. 4 – e os demais Textos para Discussão clicando neste link.