Pesquisador do LabCit participa de matéria sobre mobilidade urbana e ciclovias em São Luís (MA)

10/11/2025 13:10

A nova pesquisa de Informações Básicas Municipais do IBGE revelou uma grave deficiência na infraestrutura cicloviária do Maranhão, acentuando a insegurança viária enfrentada pelos ciclistas. O estudo demonstra que apenas 10 municípios do estado possuem ciclovias e somente três contam com bicicletários públicos. Este cenário de escassez é reforçado por relatos de quem depende da bicicleta em São Luís, onde o trânsito é classificado como "muito violento", expondo os usuários a riscos e confirmando que a dependência da bicicleta como meio de locomoção é dificultada pela carência de políticas públicas eficazes em todo o estado.

Na capital maranhense, a situação é particularmente crítica. Apesar de possuir algumas ciclovias e ciclofaixas, a cidade não conta com um Plano Diretor Cicloviário, um documento essencial para planejar a expansão organizada da malha. O geógrafo Juan Siqueira, um dos especialistas consultados no vídeo, destacou que a ausência deste plano tem impactos diretos e profundos sobre a mobilidade urbana, comprometendo a integração modal e a equidade no acesso ao espaço urbano, além de revelar a fragilidade institucional da política cicloviária de São Luís. Juan pontuou que a infraestrutura cicloviária existente é escassa e desconexa, pois os trechos implantados não formam uma rede contínua e, em muitos casos, terminam abruptamente em vias de alto fluxo de veículos sem sinalização adequada. Essa fragmentação espacial gera insegurança viária, inviabilizando deslocamentos interbairros e restringindo o uso da bicicleta a percursos muito curtos. A conclusão geral dos especialistas é que a mobilidade urbana só será completa e equitativa com investimentos urgentes em infraestrutura adequada para os ciclistas.

Para além dos números: interpretando os dados do Censo Demográfico de 2022 sobre mobilidade urbana em Manaus

10/11/2025 09:00

Por Cristiano da Silva Paiva
Doutorando em Geografia, UFSC

A mobilidade urbana em Manaus, conforme os dados do IBGE de 2022, revela padrões complexos de desigualdade e segregação no acesso ao transporte público. A pesquisa do IBGE aponta para uma clara divisão racial nos modos de transporte utilizados, o que reflete a exclusão socioeconômica de grupos específicos. Por exemplo, enquanto 41,3% da população branca utiliza automóveis, apenas 32% dependem de ônibus, destacando o maior acesso da população branca ao transporte individual. Em contraste, 42,4% dos negros e 42,5% dos pardos dependem do transporte coletivo, com uma menor porcentagem utilizando automóveis (22,5% e 25,4%, respectivamente).
A comparação entre os dados do PlanMob 2015 e da pesquisa do IBGE 2022 revela transformações significativas no padrão de mobilidade urbana em Manaus. Em 2015, a distribuição modal apresentava uma configuração mais equilibrada entre as três principais categorias: transporte coletivo (39,5%), modos motorizados individuais (30,5%) e modos não motorizados (30%). Esta divisão praticamente equitativa entre individuais motorizados e não motorizados indicava uma cidade com expressiva participação de deslocamentos ativos.

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O que apontam os dados do Censo Demográfico de 2022 sobre a mobilidade urbana e regional no estado de Santa Catarina?

29/10/2025 22:00

Por João Henrique Zoehler Lemos
Doutorando em Geografia, UFSC
Bolsista do UNIEDU/FUMDES

O IBGE divulgou, recentemente, mais um resultado preliminar do Censo Demográfico 2022, dessa vez sobre os “Deslocamentos para trabalho e para estudo”. É uma radiografia da mobilidade urbana e regional a nível nacional. Iniciativa de grande valia para nós, estudiosos da circulação, transportes e logística em contextos tão diversos como os que temos no território brasileiro. O levantamento traz recortes importantes, como a divisão modal – algo inédito, pela primeira vez no Censo –, o tradicional tempo de deslocamento, o local de exercício do trabalho, entre outros [1]. Diante desses dados, estas breves notas terão como recorte territorial para análise o estado de Santa Catarina.

Um dado chama a atenção de antemão: no estado catarinense, o império do automóvel é gritante e atinge a maior proporção do país, com pouco mais de 47% de participação na matriz modal dos deslocamentos entre casa e trabalho em geral – considerando-se o mesmo município, outro município e outro país como local de trabalho (figura 1).

Figura 1 – Santa Catarina: matriz modal do meio de transporte utilizado, em % (2022)

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2022 (IBGE, 2025a).

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Publicação de trabalho sobre o Porto Seco de Cascavel (PR) e suas dinâmicas territoriais

10/10/2025 10:00

Publicação do trabalho intitulado "O Porto Seco de Cascavel como centro aduaneiro: concessão, logística e circulação de mercadorias" escrito por Nelson Fernandes Felipe Junior (UNILA), Eidy Edwin Arndt Semoto (UNILA) e Ronald dos Santos Pereira (UNILA).

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar o Porto Seco de Cascavel e, em especial, as atividades aduaneiras, a concessão, a logística e a circulação de mercadorias. Os portos secos são pontos nodais no território que exercem diversas funções, como o transbordo, o armazenamento e a movimentação de cargas, a realização de processos aduaneiros e tributários, entre outros. Os portos secos são importantes para a integração regional e o comércio, com apoio da infraestrutura, da logística, das normas e da tributação. São utilizados como meio de descentralização das atividades dos portos, dos aeroportos e das áreas de fronteira, antecipando os processos burocráticos, alfandegários e de despacho. São distribuídos de forma estratégica no território nacional e têm como objetivo favorecer os fluxos de mercadorias e o controle aduaneiro no território. Os portos secos são constituídos de um terminal alfandegado que segue uma legislação específica para sua criação e operação. O Porto Seco de Cascavel favorece o transporte de produtos agrícolas (sobretudo soja e milho) do oeste do Paraná e contribui com as exportações e importações do Brasil, do Paraguai e da Argentina.

Confira o novo número – v. 6, n. 4 – e os demais Textos para Discussão clicando neste link.

Publicação de trabalho sobre as possibilidades e potencialidades do uso de VLTs em Florianópolis e região

01/09/2025 11:00

Publicação do trabalho intitulado "Atributos para veículo leve sobre trilhos (VLT): um pensar em mobilidade para Florianópolis e região metropolitana" escrito pelo professor Acires Dias (UFSC).

Resumo: O Seminário Técnico de Avaliação e Planejamento da Mobilidade Urbana de Florianópolis e Região Metropolitana, realizado nos dias 29 e 30 de maio de 2025 no auditório da Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reuniu um conjunto de convidados para discutir estratégias integradas de mobilidade urbana. O evento teve como objetivo principal avaliar as atuais condições de deslocamento na região metropolitana e propor diretrizes para o aprimoramento da infraestrutura e dos sistemas de transporte, considerando as dinâmicas territoriais e as necessidades da população. Entre as atividades desenvolvidas, o autor, docente aposentado do curso de Engenharia Mecânica da UFSC, proferiu a palestra “Atributos para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT): um pensar em mobilidade para Florianópolis e Região Metropolitana”. A exposição tratou do modal ferroviário como alternativa viável para o transporte urbano, com ênfase nas características e potencialidades do VLT com propulsão elétrica. A palestra defende a inclusão do VLT nos planos de mobilidade urbana dos municípios envolvidos, destacando sua adequação à realidade metropolitana, sua eficiência energética, seu baixo impacto ambiental e sua capacidade de integração intermunicipal.

Confira o novo número – v. 6, n. 3 – e os demais Textos para Discussão clicando neste link.