Publicação de trabalho escrito pela economista Maria do Rosário Rodrigues Pizzo

02/04/2024 08:15

Publicação do trabalho intitulado "Atual quadro das ferrovias brasileiras: problemas e perspectivas", de autoria da economista Maria do Rosário Rodrigues Pizzo (in memorian).

Dando prosseguimento às transcrições de trabalhos no tema dos transportes, trazemos agora o trabalho escrito pela economista Maria do Rosário Pizzo, que trabalhou por vários anos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com destaque para a atuação na área de infraestrutura.

O trabalho em questão, resultante de comunicação realizada no âmbito do I Simpósio Nacional de Transporte Ferroviário: história e urbanização, evento realizado na cidade de São Paulo, entre os dias 8 e 11 de setembro de 1988, compõe o debate sobre a concessão das infraestruturas à iniciativa privada.

No Brasil, a sociedade vivia uma conjuntura complexa na década de 1980. Tratava-se de um grave período recessivo em sua dinâmica econômica e de afloramento dos pontos de estrangulamento no que tange aos serviços de utilidade pública e às infraestruturas de transporte. Ainda, naquele período, quando dos intensos debates relacionados à nova Constituição Federal, a questão privatismo x estatismo tinha no economista Ignácio Rangel uma das mais aprofundadas análises. Entre seus interlocutores, destaca-se Pizzo e sua concordância com a necessidade tanto de um novo aparelho de intermediação financeira para angariar recursos no setor privado, quanto da retomada dos investimentos massivos na rede ferroviária brasileira. O processo teria o potencial de configurar um novo ciclo endógeno de desenvolvimento econômico-social no território brasileiro. Especialmente se o foco estivesse voltado para os transportes públicos, como os situados nas mais densas aglomerações urbanas mas, inclusive, os de outras realidades onde tal tema se mostrava candente – e assim permanece, o que demonstra a atualidade da questão.

O trabalho retoma, de forma sucinta, questões importantes referentes às infraestruturas de transporte presentes no território brasileiro, notadamente a ferroviária.

Confira o novo número – v. 5, n. 1 – e os demais Textos para Discussão clicando neste link.

Evento – V Simpósio Internacional de Geografia do Conhecimento e da Inovação

12/03/2024 18:22

Data
30/09/2024 a 02/10/2024
Local
Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina Brasil
Realização
Departamento de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia e LabCit - Laboratório de Estudos sobre Circulação, Transporte e Logística

Clique na imagem para acessar o site do evento

Sobre o evento
O tema do V SIGCI é Novas centralidades urbanas na Era Digital: Tecnologias da informação e o comando na rede de cidades. Buscamos estimular um campo de pesquisa que interconecta a rede urbana e a inovação, debate pouco explorado na literatura nacional e internacional. Sendo caracterizada por tecnologias de informação e comunicação (TICs), que propiciaram infraestrutura física e imaterial para a globalização e a intensificação de fluxos de conhecimento próprios do atual estágio da acumulação de capital, a chamada era digital implica o reposicionamento das economias nacionais na economia-mundo, mesmo daquelas periféricas ou defasadas tecnologicamente. A ideia central é que as TICs, ao propiciarem uma infraestrutura física e imaterial para a globalização e a intensificação de fluxos de conhecimento próprios do atual estágio da acumulação de capital, reposicionam as economias nacionais na economia-mundo. Na medida em que as cidades são estruturas centrais para a reprodução social, com a intensificação de fluxos de capital, conhecimento e trabalho qualificado, é esperado que a nova era digital promova a classificação/hierarquização de centros urbanos brasileiros. Almejamos que nossas discussões possam servir como apoio teórico e metodológico para o IBGE, em especial, ao estudo Região de Influência das Cidades (Regic). A realização do evento em Santa Catarina é estratégica para que essa reflexão possa se pautar em casos concretos como Florianópolis, Blumenau e Joinville, que têm despontado como centralidades importantes nas tecnologias digitais.

Pesquisadora do LabCit e GEDRI compõe comissão para VLT em Cuiabá

20/01/2024 16:15

Fonte: BS News Notícias/divulgação.

No presente, com a chegada do presidente Lula ao seu terceiro mandato, temos o cenário de uma nova rodada de investimentos em todo o território nacional, em áreas fundamentais como de transporte público, infraestrutura urbana, transição energética, educação etc. Trata-se do novo PAC, buscando o êxito dos programas anteriores - Programa de Aceleração do Crescimento I (2007) e II (2010). No Novo PAC, os investimentos deverão atingir o montante previsto de R$ 1,7 trilhão até 2026 e R$ 320,5 bilhões depois desse ano.

Diante disso, em Cuiabá, capital mato-grossense, o projeto do VLT Cuiabano compõe um importante investimento pleiteado pelo governo municipal. Focado na condição de importante investimento para a implementação de novas tecnologias de transporte coletivo, busca efetivar o uso de obras ociosas já implementadas no município.

Na equipe técnica envolvida no projeto do VLT Cuiabano, a pesquisadora Janete Ely, que participa do LabCit e do GEDRI, desenvolve o trabalho de consultoria técnica especializada na área de infraestrutura de transporte e logística. Economista de formação e mestre em Geografia, a pesquisadora atualmente desenvolve seu doutorado na UFSC, sob orientação do professor Márcio Rogério Silveira, enfocando nos investimentos em infraestrutura na escala nacional.

Janete defendeu sua dissertação de mestrado em Geografia no ano de 2017, trabalho que focou nos impactos de investimento em infraestruturas no estado de Santa Catarina. O trabalho, intitulado "Impactos dos investimentos em infraestruturas de transportes em Santa Catarina", está disponível neste link.

Para maiores informações, acesse a notícia disponível em BS News Notícias.

Publicação de trabalho escrito pelo geógrafo Aziz Ab’Saber

15/12/2023 09:00

Nessa sequência da republicação de textos aparentemente esquecidos, publicados nos mais diversos meios – anais de eventos, periódicos descontinuados, relatórios etc. - trazemos agora a transcrição de uma conferência proferida pelo brilhante geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber.

Trata-se de uma apresentação realizada no âmbito do I Simpósio Nacional de Transporte Ferroviário: história e urbanização, evento realizado na metrópole São Paulo, entre os dias 8 e 11 de setembro de 1988. Intitulado "A repercussão da retaguarda, a modernização por dentro: o papel das ferrovias no Brasil. Contribuição à carta nacional de transportes", o trabalho foi apresentado em meio à promulgação da nova Constituição Federal de 1988. Diversos intelectuais, técnicos e burocratas do setor ferroviário brasileiro expuseram ideias, propostas e sínteses sobre o quadro do transporte ferroviário brasileiro. Entre outras coisas, o foco era trazer contribuições para a constituinte em processo e à chamada “Carta Nacional de Transportes”.

Sobre o geógrafo, Aziz Nacib Ab’Saber nasceu na pequena cidade paulista de São Luiz do Paraitinga em 24 de outubro de 1924, momento de intensa efervescência política e na antessala da Revolução de 1930. Foi professor titular de Geografia Física na Universidade de São Paulo (SP), membro-fundador da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) etc.

Considerado por Armen Mamigonian como um dos grandes geógrafos da geração dos anos 1950 (Armen Mamigonian. Milton Santos e a geração dos geógrafos dos anos 50. Revista Ciência Geográfica. Bauru, v. 2, n. 19, maio/ago. 2001), esteve dedicado às questões de grande complexidade da Geografia ao longo de sua trajetória, articulando de maneira brilhante sociedade, natureza e as diferentes combinações geográficas, para recuperar uma importante noção de André Cholley. Isso tudo com especial atenção para a realidade brasileira e – conforme sua própria proposição – seus tão diversificados domínios morfoclimáticos (Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas, São Paulo, Ateliê Editorial, 2003).

No texto que hoje apresentamos, Ab’Saber trata de modo bastante rico e objetivo da formação da rede ferroviária brasileira. Destaca o papel das ferrovias na organização espacial das regiões do país e seus desdobramentos enquanto motor da dinâmica urbana ao longo das linhas férras.

Nas suas próprias palavras, conforme a conferência transcrita neste número de Textos para Discussão: “Eu sou de uma geração, em que a estrada de ferro tinha uma posição muito especial na vida urbana e na vida regional de nosso país. Eu me lembro, ainda, adolescente, de uma classificação que meus pais e os meus colegas sempre faziam em relação a vida urbana no Brasil, sobretudo, no Brasil do Sudeste, onde eu nasci. Havia uma nítida separação entre cidades que tinham estradas de ferro, que tinham a estação e a ligação com o corpo geoeconômico do país e as cidades que não possuíam estradas de ferro”.

Confira o novo número – v. 4, n. 4 – e os demais Textos para Discussão clicando neste link.

Publicação de artigo – A graduação em Geografia no Brasil de 2010 a 2021

29/11/2023 01:16

Autor: Fernando Mesquita

Revista: Geosul

Link: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/93022

Resumo: As crises de ordem econômica, política e pandêmica no Brasil impactam diretamente nas instituições de ensino superior. Nosso objetivo é discutir os efeitos dessas crises nos cursos de graduação em Geografia, tendo como ênfase sua configuração regional. Usamos os microdados do Inep, entre os anos de 2010 e 2021, para mensurar a retração do ensino presencial (público e privado) e a expansão do ensino a distância privado em número de alunos e locais atendidos. Defendemos que embora esteja disperso no território, o ensino a distância acaba reproduzindo uma lógica centralizadora que pouco contribui para o conhecimento da diversidade natural e social do país, ao passo que, o ensino presencial, ao se interiorizar estimula a participação de um maior número de lugares na produção do saber geográfico.